Biomonitoramento da qualidade do ar do município de Uberaba/MG utilizando liquens como bioindicadores

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v18.n53.4374

Palabras clave:

ascomycetes, saúde pública, urbanismo, meio ambiente, biologia

Resumen

Os líquens são associações simbióticas mutualistas entre algas e fungos de extrema importância ecológica, visto que são considerados organismos pioneiros que beneficiam a formação do solo e muito sensíveis quanto a exposição à poluição atmosférica, podendo assim, ser usados para aferir a qualidade do ar no ambiente em que se encontram, cumprindo um papel fundamental e dinâmico de biomonitoramento. Considerando o rápido desenvolvimento de centros urbanos e distritos industriais, maiores taxas de poluentes acabam por ser emitidos na atmosfera diariamente, chegando a valores recordes de emissão com o passar das décadas, que serão refletidos em casos de enfermidades civis e ocupacionais. Devido a isso, o presente estudo tem por objetivo realizar o biomonitoramento da qualidade do ar no município de Uberaba/MG utilizando líquens como bioindicadores. As coletas foram realizadas durante os meses de fevereiro e março de 2023 em 5 unidades amostrais distintas, respeitando um raio de coleta de 50 metros em cada ponto. Após identificação das espécies utilizando um estereomicroscópio seguido pelos testes (C) e (K), constatando-se 56 espécies de liquens distribuídas em 19 famílias, sendo a unidade Parque das Acácias o ponto que apresentou maior diversidade de liquens, enquanto o Distrito Industrial I apresentou a menor diversidade. Diante do baixo custo metodológico do monitoramento passivo da qualidade do ar utilizando líquens como bioindicadores, evidencia-se a contribuição que estudos desse tema podem contribuir para o delineamento de políticas públicas voltadas para o zoneamento municipal, bem como para o controle de poluição atmosférica.

Descargas

Los datos de descargas todavía no están disponibles.

Biografía del autor/a

William Raimundo Costa, Seção de Vigilância Ambiental em Saúde - Uberaba MG

Biólogo pela Universidade de Uberaba - UNIUBE (2005), Mestre em Ciências Ambientais pelo Instituto de Ciências Tecnológicas e Exatas da Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM (2018), Especialista em Gestão Ambiental - Diagnóstico e Adequação Ambiental, pelo Instituto Federal do Triângulo Mineiro (2011), é membro fundador da Associação de Preservação e Pesquisa Ambiental Vale Encantado - APPA - VE, onde atua como biólogo e educador ambiental, além de desenvolver pesquisas nas áreas de ecologia, zoologia, botânica e liquenologia. Atua também como Biólogo do Departamento de Vigilância Ambiental em Saúde de Uberaba/MG onde monitora questões ambientais com potencial de causar danos à saúde pública tais como poluição do ar, solo e água destinada ao consumo humano. Atua ainda junto à empresas como consultor ambiental onde assessora as mesmas no que tange às tomadas de decisões acerca de questões ambientais, além de executar trabalhos relacionados a monitoramento de fauna e flora, bem como programas ambientais.

Ariana Thais Duarte, Seção de Vigilância Ambiental em Saude de Uberaba-MG

Possui graduação em BIOMEDICINA pela Universidade de Uberaba (2009). Especialista em Ciências Ambientais e Análise Ambiental pela Instituição de Ensino Superior Estácio de Sá. Especialista em Vigilância em Saúde Ambiental pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - UFRJ.

Henrique Rivani, Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM

Graduando em Engenharia Ambiental pela Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM).

Silvio Roberto da Silva, Seção de Vigilância Ambiental em Saude de Uberaba-MG

Biólogo pelo Centro de Ensino Superior de Uberaba, atua como agente sanitário da Seção de Vigilância Ambiental em Saúde do município de Uberaba/MG.

Ana Maria Zanelatto

Engenheira química, Especialista em Gestão Ambiental - Diagnóstico e Adequação Ambiental, atua como chefe da Seção de Vigilância em Saúde do município de Uberaba-MG.

Citas

BAKONYI, S. M. C. et al. Poluição atmosférica e doenças respiratórias em crianças na cidade de Curitiba, PR. Revista de Saúde Pública, v. 38, n. 5, p. 695-700, 2004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0034-89102004000500012

CHIARI, M., ANHÊ, A. C. B. M., RAIMUNDO COSTA, W., & DOS SANTOS SENHUK, A. P. M. (2020). Biomonitoring of air pollution: a dichotomous key for lichen species identification. Ciência e Natura, 42, e77-e77. DOI: https://doi.org/10.5902/2179460X41851

COCCARO, D.M.B, SAIKI, M.B.A., VASCONCELOS, M.P. & MARCELLI, M.P. 2000. Analysis of Canoparmelia texana lichens collected in Brazil by neutron activation analysis. In: Biomonitoring of atmospheric pollution (with emphasis on trace elements) BioMAP. International Atomic Energy Agency, Lisboa, pp. 143-148

CONAMA. Conselho Nacional do Meio Ambiente. Resolução CONAMA n° 003/90, 1990.

DE SOUZA, R. C.; DA SILVA, M. F.; DELLA JUSTINA, E. E. Escala de Ringelmann como método de avaliação da fumaça emitida pela frota de ônibus urbanos de Porto Velho-RO. Caminhos de Geografia, v. 17, n. 59, p. 279-293, 2016. DOI: https://doi.org/10.14393/RCG175916

DENATRAN. Departamento Nacional de Trânsito. Estatística: Frota veicular 2022. Disponível em: <http://www.denatran.gov.br/index.php/estatistica>. Acesso em: 14 dez. 2022.

DRUMM, F. C. et al. Poluição atmosférica proveniente da queima de combustíveis derivados do petróleo em veículos automotores. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 18, n. 1, p. 66-78, 2014. DOI: https://doi.org/10.5902/2236117010537

ELIASARO S. et al. Inventário de macrolíquens epífitos sobre árvores utilizadas na arborização urbana em Curitiba, Paraná, Brasil: Subsídio para biomonitoramento urbano, Biotemas, v.22, n. 4, p. 1-8, 2009; DOI: https://doi.org/10.5007/2175-7925.2009v22n4p1

FEAM. Fundação Estadual do Meio Ambiente. Monitoramento da qualidade do ar na Região Metropolitana de Belo Horizonte, 2018. Disponível em: <http://www.qualidadedoar.org.br/>. Acesso em: 7 jan. 2023.

GARTY, J. Lichens as biomonitors for heavy metal pollution. Plants as biomonitors: Indicators for heavy metals in the terrestrial environment, 1993, p. 193-257.

IBGE. Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Censo demográfico. Disponível em: <http://cidades.ibge.gov.br/xtras/perfil.php?lang=&codmun=317010> 2021. Acesso em: 19 jan. 2023.

KOPPEN-GEIGER. Classificação climática de Koppen-Geiger. Disponível em <https://portais.ufg.br/up/68/o/classifica_o_clim_tica_koppen.pdf>, 2017. Acesso em 12 jan 2023.

MARCELLI, M. P. Fungos Liquenizados. In: XAVIER FILHO, L. et al. Biologia de Líquens. Rio de Janeiro, Brasil, 2006. cap. 1. p. 24-74.

MARTINS, L. C. et al. Relação entre poluição atmosférica e atendimentos por infecção de vias aéreas superiores no município de São Paulo: avaliação do rodízio de veículos. Revista Brasileira de Epidemiologia, v. 4, p. 220-229, 2001. DOI: https://doi.org/10.1590/S1415-790X2001000300008

MARTINS, S. M. A.; KÄFFER, M. I.; LEMOS, A. Liquens como bioindicadores da qualidade do ar numa área de termoelétrica, Rio Grande do Sul, Brasil. Hoehnea, v. 35, n. 3, p. 425-433, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S2236-89062008000300011

NIMIS, P. L.; CASTELLO, M.; PEROTTI, M. Lichens as biomonitors of sulphur dioxide pollution in La Spezia (Northern Italy). The Lichenologist, v. 22, n. 03, p. 333-344, 1990. DOI: https://doi.org/10.1017/S0024282990000378

OLMO, N. R. S.; PEREIRA, L. A. A. Poluição atmosférica e exposição humana: A epidemiologia influenciando as políticas públicas. Revista De Saúde Meio Ambiente E Sustentabilidade, INTERFACEHS, v. 6, n. 2, 2011.

RAIMUNDO COSTA, W. et al. Utilização de liquens no monitoramento ativo e passivo da poluição atmosférica. Dissertação de mestrado, Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, MG. 2018.

RAIMUNDO COSTA, W., MINEO, M. F.; Os líquens como bioindicadores de poluição atmosférica no município de Uberaba, Minas Gerais. Revista Eletrônica em Gestão, Educação e Tecnologia Ambiental, v. 13, n. 13, p. 2690- 2700, 2013. DOI: https://doi.org/10.5902/223611708657

RAVEN, P. H; EICHHORN, S. E.; EVERT, R. F. Biologia Vegetal, cap. 11. 6ª. Ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2001;

SAIKI, M. et al. Substrate influence on elemental composition of Canoparmelia texana lichenized fungi. 2003.

SALDIVA, P. Air pollution and our lung disease patients. Jornal Brasileiro de Pneumologia, v. 34, n. 1, p. 1-10, 2008. DOI: https://doi.org/10.1590/S1806-37132008000100001

SZABO, A. V. et al. Acúmulo foliar de enxofre e suas relações com alterações no crescimento de plantas jovens de Tibouchina pulchra Cogn.(Melastomataceae) expostas nas proximidades do polo industrial de Cubatão, SP. Revista Brasileira de Botânica, v. 26, n. 3, p. 379-390, 2003. DOI: https://doi.org/10.1590/S0100-84042003000300011

UBERABA. Portal da prefeitura municipal de Uberaba. Empresas: negócios da cidade. Disponível em: <http://www.uberaba.mg.gov.br/portal/conteudo,1030>. Acesso em: 23 jan. 2023.

WHO. World of Health Organization. Ambient (outdoor) air quality and health, 2016. Disponível em: <http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs313/en/>. Acesso em: 18 jan. 2023.

Publicado

2023-05-30

Cómo citar

COSTA, William Raimundo; DUARTE, Ariana Thais; RIVANI, Henrique; DA SILVA, Silvio Roberto; ZANELATTO, Ana Maria. Biomonitoramento da qualidade do ar do município de Uberaba/MG utilizando liquens como bioindicadores. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, v. 18, n. 53, p. 1–13, 2023. DOI: 10.47385/cadunifoa.v18.n53.4374. Disponível em: https://unifoa.emnuvens.com.br/cadernos/article/view/4374. Acesso em: 22 nov. 2024.

Número

Sección

Ciências Biológicas e da Saúde

Artículos similares

<< < 26 27 28 29 30 31 32 33 34 35 36 37 38 39 > >> 

También puede {advancedSearchLink} para este artículo.