Uma reflexão sobre a profissionalização do professor leigo entre as décadas de 1970 e 1990 a partir projeto Logos II
DOI:
https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v15.n44.3384Keywords:
Magistério. Regime Militar. História da Educação. Docência.Abstract
A partir da pesquisa de mestrado da primeira autora, que abordou a implantação, pelos militares, do Projeto Logos II em Rondônia nas décadas de 1970 e 1990, notamos uma semelhança entre a professora-cursista do Logos II e a professora da idade da vocação, conforme descrito por Tardif (2013). O Projeto Logos II foi um programa de formação/habilitação de professores em nível de magistério para a atuação nos quatro primeiros anos da escolaridade. Era um curso a distância (regime modular) e foi desenvolvido em diversos entes da federação. Nesse sentido, este artigo tem a seguinte questão norteadora: os planos do governo para as(os) professoras(es) leigos apontavam, ao tempo da Ditadura Militar, para uma profissionalização docente ou se estagnam na ocupação? O artigo aborda uma reflexão sobre a questão da profissionalização do professor leigo no período da Ditadura Militar, traçando um paralelo com a ideia da professora da idade da vocação que predomina do século XVI ao XVIII (TARDIF, 2013), e, para tanto, utilizamos como, pano de fundo, informações colhidas na pesquisa sobre o Projeto Logos II. Ao traçar esse paralelo, notamos que, na idade da vocação, o trabalho docente era uma missão de Deus e o professor exercia, assim, a atividade para um “bem maior”. Já no tempo do professor leigo, a docência era vista como uma forma de sobrevivência (ganhar a vida). Assim, a carreira docente, na época do professor leigo, não chegou a alcançar o status de profissão, mas também não estagnou na ocupação. O ofício era visto como uma semi-profissão, uma vez que só comportava algumas características consideradas ideais para o profissionalismo.
Downloads
References
AMARAL, M.T.M. Políticas de habilitação de professores leigos: a dissimulação da inocuidade. In: GARCIA et al. Professor Leigo: Institucionalizar ou erradicar? São Paulo: Cortez; Brasília: SENEB, 1991. p. 37-83.
ANDRADE, J.P. Projeto Logos II na Paraíba: Ingerências Políticas e implicações na sua proposta político-pedagógica. 1995. Dissertação (Mestrado) – Universidade Federal da Paraíba.
BLOCH, M. Apologia da história ou o ofício do Historiador. Trad. André Telles. Rio de Janeiro: Zahar, 2001.
BRANDÃO, C. R. Os Professores Leigos. Em Aberto, Brasília, ano 5, nº 32, p. 13-16, out./dez. 1986.
BRASIL. Ministério da Educação e cultura; Departamento de Ensino Supletivo. Projeto Logos II, Brasília, 1975.
BRASIL. Lei nº 5.692 de 11 de Agosto de 1971. Fixa Diretrizes e Bases para o Ensino de 1º e 2º Graus e dá outras providências. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L5692impressao.htm >. Acesso em: 16 de Abril de 2014.
CENAFOR. Sobre a questão do professor Leigo, 1 v. São Paulo: COPAT, 1984.
CETEB. Logos II: Registro de uma experiência. Brasília: CETEB, 1984.
CETEB. Logos II: Didática da matemática. Módulo um. Brasília: CETEB, 1981.
CONTRERAS, J. Autonomia de Professores. São Paulo: Cortez, 2002.
EVANGELISTA, C. J. GROMANN DE GOUVEIA, C. T. . A formação de Professores Leigos: Um olhar para os periódicos. In: Pesquisas Históricas em Jornais e Revistas: Produções do HIFEM. 1ªed.São Paulo: Editora Livraria da Física, 2014, v. 1, p. 217-242.
FREIDSON, E. Renascimento do profissionalismo: Teoria, profecia e política. Trad. Celso Mauro Paciornik. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 1998.
FUSARI, J. C. et al. O professor de 1º grau: trabalho e formação. São Paulo: Loyola, 1990.
GATTI JÚNIOR, D. G.; A história e a historiografia das instituições escolares. In: LOMBARDI, J. C. e SAVIANI, D. (Org.). Navegando pela história da educação brasileira: 20 anos de HISTEDBR. Campinas, SP: Autores Associados: HISTEDBR, 2009. p. 239-258.
GROMANN DE GOUVEIA, C. T. O Projeto Logos II em Rondônia: a implantação do projeto-piloto e as mudanças em sua organização político-pedagógica. 2016. Dissertação (mestrado em educação) – Universidade Estadual Paulista (UNESP), 2016.
GINZBURG, C. Mitos, emblemas, sinais: morfologia e história. Trad. Federico Carotti. São Paulo: Companhia das Letras, 1989.
ROSEMBERG, F.; AMADO, T. Mulheres na escola. Cadernos de Pesquisa. Fundação Carlos Chagas, São Paulo, (80) p. 62-74, fev. 1992. Disponível em: < http://www.fcc.org.br/pesquisa/publicacoes/cp/arquivos/321.pdf>. Acesso em: 15 de fevereiro de 2015.
TARDIF, M. A profissionalização do ensino passados trinta anos: dois passos para a frente, três para trás. Revista Educação e Sociedade, v.34, n.123, p.551-571, abr.-jun.2013. Disponível em: < http://www.scielo.br/scielo.php?pid=S0101-73302013000200013&script=sci_abstract&tlng=pt > Acesso em: 10 de março de 2015.
WARDER, M. J. O Professor Leigo. Até quando? Em Aberto, Brasília, ano 5, nº 32, p. 1-8, out./dez. 1986.
Downloads
Published
How to Cite
Issue
Section
License
Declaração de Transferência de Direitos Autorais - Cadernos UniFOA como autor(es) do artigo abaixo intitulado, declaro(amos) que em caso de aceitação do artigo por parte da Revista Cadernos UniFOA, concordo(amos) que os direitos autorais e ele referentes se tornarão propriedade exclusiva desta revista, vedada qualquer produção, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se obtida, farei(emos) constar o agradecimento à Revista Cadernos UniFOA, e os créditos correspondentes. Declaro(emos) também que este artigo é original na sua forma e conteúdo, não tendo sido publicado em outro periódico, completo ou em parte, e certifico(amos) que não se encontra sob análise em qualquer outro veículo de comunicação científica.
O AUTOR desde já está ciente e de acordo que:
- A obra não poderá ser comercializada e sua contribuição não gerará ônus para a FOA/UniFOA;
- A obra será disponibilizada em formato digital no sítio eletrônico do UniFOA para pesquisas e downloads de forma gratuita;
- Todo o conteúdo é de total responsabilidade dos autores na sua forma e originalidade;
- Todas as imagens utilizadas (fotos, ilustrações, vetores e etc.) devem possuir autorização para uso;
- Que a obra não se encontra sob a análise em qualquer outro veículo de comunicação científica, caso contrário o Autor deverá justificar a submissão à Editora da FOA, que analisará o pedido, podendo ser autorizado ou não.
O AUTOR está ciente e de acordo que tem por obrigação solicitar a autorização expressa dos coautores da obra/artigo, bem como dos professores orientadores antes da submissão do mesmo, se obrigando inclusive a mencioná-los no corpo da obra, sob pena de responder exclusivamente pelos danos causados.