O Conceito de “Vida Humana” e as Novas Biotecnologias da Reprodução: analisando uma rede de controvérsias
DOI:
https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v4.n8.924Resumo
Com o advento das novas biotecnologias de reprodução, passamos a conviver com intensas turbulências no que se refere ao conceito de vida humana. Tais tecnologias parecem produzir um mundo bastante vertiginoso para olhares habituados a conceber a representação de humano como sendo uma fronteira natural. Essas perspectivas parecem ancoradas em uma concepção de tecnociência e humanidade como polaridades estanques. Na atualidade, nos deparamos com uma constante mistura entre aquilo que entendemos por humanidade e não-humanidade. Questões como a infertilidade, a reprodução medicamente assistida, a clonagem e principalmente as pesquisas com células embrionárias apontam para a reprodução e condição humanas cada vez mais imbricadas com o artifício. No presente trabalho, abordamos tal cenário a partir do pensamento de Bruno Latour. Em sua teoria das Redes Sociotécnicas, todo e qualquer fato sólido depende de um processo bastante conectivo, onde humanos e não-humanos o colocam em circulação. O foco se volta para a potência de intensas traduções. Com o conceito “vida humana” não é diferente. A partir de lentes híbridas nos debruçamos sobre uma atualidade de intensa controvérsia, onde a natureza do que chamamos humano parece estar em jogo em meio a uma diversidade de mediações. Com o intuito de estudarmos a dinâmica conectiva de tais controvérsias a envolver as novas biotecnologias da reprodução, objetivamos as diferentes traduções da vida humana feitas por múltiplos actantes no controvertido tema. Analisamos alguns periódicos de grande visibilidade e influência no Brasil. Nosso recorte temporal foi limitado entre 2007 e 2008 devido ao grande dinamismo na área de discussão.
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