Os percursos escolares de uma criança com Mielomeningocele e insuficiência renal crônica

Autores

  • Rosangela Aparecida Souza Graduação em Pedagogia. Departamento de Educação, Informação e Comunicação – DEDIC. Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - FFCLRP/USP. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.
  • Lúcia Maria Santos Tinós Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - FFCLRP/USP. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.
  • Sheila Maria Mazer-Gonçalves Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - FFCLRP/USP. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

DOI:

https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v13.n37.1615

Palavras-chave:

mielomeningocele, insuficiência renal crônica, educação inclusiva e necessidades especiais

Resumo

Pensar no direito à Educação é compreender que crianças e adolescentes com doença crônica, que em seu tratamento demandam horas semanais no ambiente hospitalar no decorrer de suas vidas escolares, poderão apresentar, em algum momento, necessidades educacionais específicas. Buscou-se compreender a trajetória escolar de uma adolescente com mielomeningocele e insuficiência renal crônica delineando os percursos escolares, na escola e no hospital. Neste estudo fenomenológico os dados foram coletados por meio de entrevistas semi-estrururada e registro em caderno de campo. As participantes foram uma adolescente em tratamento hemodiálitico e sua progenitora. Esta pesquisa permitiu identificar necessidades educacionais específicas da adolescente e o fazer pedagógico, em um centro de hemodiálise. As condições objetivas da doença crônica configuraram deficiências que foram diagnosticadas e construídas, pela equipe de saúde, mãe e adolescente, ao longo de seu percurso escolar, evidenciando dificuldades e entraves neste processo. Por outro lado, o olhar durante os atendimentos pedagógico-escolares descortinou novos caminhos que poderiam descontruir a autoimagem da deficiência e da incapacidade de aprender. Pode-se inferir que a doença crônica e seu tratamento não inviabiliza a vida escolar, desde que haja as condições educacionais para criar elos entre o hospital e a escolarização. Destaca-se a atuação pedagógica em centros de hemodiálise e a necessidades de mais pesquisas na área.

Downloads

Não há dados estatísticos.

Biografia do Autor

Lúcia Maria Santos Tinós, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - FFCLRP/USP. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

Possui graduação em Pedagogia, com habilitação em Educação Especial pela Universidade Federal do Ceará (1995), mestrado em Educação pela Universidade Federal do Amazonas (1998) e doutorado em Educação Especial (Educação do Indivíduo Especial) pela Universidade Federal de São Carlos (2010). Atualmente é educador da Faculdade De Filosofia Ciências Letras de Ribeirão Preto - USP. Tem experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Especial, atuando principalmente nos seguintes temas: Educação Inclusiva, Educação de Jovens e Adultos, e Pedagogia Hospitalar.

Sheila Maria Mazer-Gonçalves, Faculdade de Filosofia Ciências e Letras de Ribeirão Preto - FFCLRP/USP. Ribeirão Preto, São Paulo, Brasil.

Doutorado em Educação Especial pelo Programa de Pós-Graduação em Educação Especial da Universidade Federal de São Carlos - PPGEEs/ UFSCar (2013). Mestrado em Psicologia pelo Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo- FFCLRP/ USP (2007). Graduação em Formação de Psicólogo e Licenciatura Plena em Psicologia pela Faculdade de Ciências da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - UNESP (2003). Graduação em Pedagogia pela Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo - FFCLRP/ USP (2010). Educadora (Supervisora dos estágios das licenciaturas) do Departamento de Educação, Informação e Comunicação (DEDIC) da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo- FFCLRP/ USP.

Referências

ALBERTONI, Léa Chuster. A inclusão escolar de alunos com doenças crônicas: professores e gestores dizem que... Curitiba: Ed. Appris, 2014

AMARAL, L. A. Pensar a diferença/deficiência. Brasília: CORDE, 1994, p. 91 .

ASSIS, W. Classe hospitalar: um olhar pedagógico singular. São Paulo: Phorte, 2009.

BEVILACQUA, N.S. Cirurgia fetal endoscópica para correção de mielomeningocele: passado, presente e futuro. Revista Einstein. São Paulo, vol.13 n. 2, p. 283-289, Abr./Jun. 2015. Disponível em: <http://www.scielo.br/pdf/eins/v13n2/pt_1679-4508-eins-13-2-0283.pdf > Acesso em: 16 de jul. 2016

BIANCHETTI, L. Um olhar sobre a diferença: as múltiplas maneiras de olhar e ser olhado e suas decorrências. Revista Brasileira de Educação Especial, Marília, v.8, n.1, p,1-8, 2002.

BIZZI, J.W.J., MACHADO, A. Mielomeningocele: conceitos básicos e avanços recentes. 2012. J. Bras. Neurocirurg. 23 (2): 138-151.

BRASIL. Constituição,1988. Constituição da República Federativa do Brasil, promulgada em 5 de outubro de 1988, com as alterações adotadas pelas Emendas Constitucionais n° 1/92 a 56/2007 e pelas Emendas Constitucionais de Revisão n° 1 a 6/94. Brasília: Senado Federal, Subsecretaria de Edições técnicas, 2008. 464p.

______ Lei nº 8069/90. Dispõe do Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Brasília, DF, 1990.

______Ministério da Educação. Política Nacional de Educação Especial. Brasília, 1994

______Ministério da Educação e do Desporto. Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9394. Brasília: MEC, 1996. 31p.

______Ministério da Educação. Plano Nacional de Educação. Brasília, 1997c.

______Ministério da Educação e Cultura. Secretária da Educação Especial. Direito à educação necessidades educacionais especiais: subsídios para a atuação do ministério público brasileiro. Brasília: MEC/SEESP, 2001.

______Ministério da Educação, Conselho Nacional de Educação. Resolução CNE/CP 1, de 18 de fevereiro de 2002. Institui Diretrizes Curriculares Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, em nível superior, Curso de Licenciatura, de graduação plena. Brasília, 2002.

______Ministério da Educação e do Desporto. Documento subsidiário a política de inclusão. Brasília: MEC, 2005.

______Documento de diretrizes para o cuidado das pessoas com doenças crônicas nas Redes de Atenção à Saúde e nas linhas de cuidado prioritárias - Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. – Brasília: Ministério da Saúde, 2012. 34 p.: il. – (Série B.Textos Básicos de Saúde). Disponível:<http://189.28.128.100/dab/docs/portaldab/documentos/documento_norteador_cronicas. pdf> . Acesso em: 24 de junho de 2016.

FERNANDES, A.C. Malformações do tubo neural. In: Hebert, S. et al. Ortopedia e traumatologia: princípios e prática. Porto Alegre: Artmed; 2003 p. 839-857.

FONSECA, E. S. Atendimento escolar no ambiente hospitalar. São Paulo: Memnon, 2003.

JUCA, C.E.B. Tratamento de hidrocefalia com derivação ventrículo-peritoneal: análise de 150 casos consecutivos no hospital das clínicas de Ribeirão Preto. Acta Cirúrgica Brasileira. 2002 p. 17-20.

ARAÙJO, C. C. A. C. A. Atendimento Escolar em ambiente hospitalar: Um estudo de caso do estado de São Paulo. 2017. 337p. Dissertação (Mestrado em Administração Pública). Fundação João Pinheiro. Escola de Governo Professor Paulo Neves de Carvalho, Belo Horizonte, MG, 2017.

MARTINS, J.; BICUDO, M. A. V. A pesquisa qualitativa em psicologia: fundamentos e recursos básicos. São Paulo: 5. ed. Centauro, 2005. 110 p.

MAZER-GONÇALVES, S. M. Construção de uma proposta de formação continuada para professores de classe hospitalar. 2013. 186p. Tese (Doutorado em Educação Especial) – Programa de Pós-Graduação em Educação Especial, Universidade Federal de São Carlos, São Carlos, 2013.

NOBREGA R. D.; COLLET N.; GOMES I. P.; HOLANDA E. R.; ARAUJO Y. B. Criança em idade escolar hospitalizada: significado da condição crônica. Texto Contexto Enferm. 2010; p. 425-433.

RODRIGUES. D. Dez idéias (mal)feitas sobre a educação inclusiva. In: RODRIGUES, D. (Org.). Inclusão e Educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006. p. 299-318.

SCHWARTZ, E. et al. As redes de apoio no enfrentamento da doença renal crônica. Rev. Min. Enferm.;13(2): abr./jun., 2009, p. 183-192.

SILVA, P. B. G. Educação e Identidade dos Negros Trabalhadores Rurais de Limoeiro. 1987. 293 p. Tese (Doutorado em Educação) Programa de Pós-Graduação em Educação. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre, 1987.

TINÓS, L.M.S. Caminhos de alunos com deficiências à educação de jovens e adultos: conhecendo e compreendendo trajetórias escolares. Dissertação (Doutorado) – Universidade de São Carlos, São Carlos, SP, 2010.

TINÓS, L. M. S.; MAZER-GONCALVES, S. M. ; SOUZA, R. ; FRANCO, T. . Atendimento Pedagógico-Educacional no Setor de Hemodiálise Infantil: a Construção de um Serviço Educacional Hospitalar. EDUCAÇÃO EM REVISTA (UNESP. MARÍLIA), v. 18, p. 91-104, 2017.

UNESCO. Declaração de Salamanca e Linha de Ação sobre Necessidades Educacionais Especiais. Salamanca, 1994.

YUNGE, DP. Manejo urologico en el niño con disrafia espinal. Rev. Chilena de Neurocirurgia. 1987 Dez; 1(3): 223-230.

Downloads

Publicado

14-11-2018

Como Citar

SOUZA, Rosangela Aparecida; TINÓS, Lúcia Maria Santos; MAZER-GONÇALVES, Sheila Maria. Os percursos escolares de uma criança com Mielomeningocele e insuficiência renal crônica. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, v. 13, n. 37, p. 93–103, 2018. DOI: 10.47385/cadunifoa.v13.n37.1615. Disponível em: https://unifoa.emnuvens.com.br/cadernos/article/view/1615. Acesso em: 12 nov. 2024.

Edição

Seção

Ciências Sociais Aplicadas e Humanas

Artigos Semelhantes

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 > >> 

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.