A cultura dos “Coitados”: trajetória social e sistema de arte.
DOI:
https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v5.n13.1017Palavras-chave:
Habitus, Sistema de Arte, Trajetória SocialResumo
O ensaio em questão tem como objetivo a apropriação da teoria proposta por Pierre Bourdieu, em especial, a relação entre o espaço social e o lugar, a fim se analisar as condições possíveis de serem percebidas no campo da produção da cultura (mais especificamente da produção cinematográfica) e a incorporação de agentes segregados, espacialmente como produtores no campo constituído. Para tanto, foi selecionado um produto audiovisual recente - Cidade de Deus, de Fernando Meirelles -, apresentando elementos que sugerem que a trajetória pessoal dos indivíduos e a hiper-realidade construída pela obra criam as condições de inserção de sujeitos como profissionais até então apartados do mercado formal de produção artística. A indicação prévia deste ensaio permite relacionar as condições da marginalidade assumida não apenas como desfrute do consumo cultural, mas da própria atividade artística, ambos produtos de um mesmo habitus. É justamente nesse habitus reiterado pelo cenário urbano que reside a possibilidade de integração dos sujeitos segregados territorialmente. Ao tratamento de “coitados”, pretendemos sugerir que é desta incorporação simbólica, uma real possibilidade destes sujeitos de superar/aceitar os mecanismos societários de exclusão e assimilação no mercado formal de arte.
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Filmografia
Cidade de Deus, (Brasil, 2002). Direção Fernando Meirelles.
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