O ensino da assinatura a tinta para cegos através de abordagens práticas das dimensões do Pensamento Computacional
Palavras-chave:
Ensino, Educação Inclusiva, Pensamento ComputacionalResumo
A acessibilidade a todo conteúdo para uma pessoa com deficiência é responsabilidade de uma sociedade inclusiva. Assim, este trabalho é um relato sobre a experiência em ensinar uma pessoa adulta cega congênita a assinar a tinta. O percurso metodológico foi um estudo de caso exploratório qualitativo, com foco em aulas particulares aplicadas um professor de música e pedagogo que era considerado em sua carteira de identidade como sendo analfabeto pelo fato de não assinar a tinta. As atividades foram estruturadas a partir da experiencia da professora em ensinar crianças cegas assinarem usando as habilidades do Pensamento Computacional desplugado com foco na abstração reflexionante de Piaget. O estudo destaca que o pensamento reflexionante contribuiu para que o professor compreendesse as letras do nome e as habilidades do Pensamento Computacional foram utilizados em atividades que levaram o professor aprender em 15 dias o que não tinha aprendido em 38 anos levando o mesmo a diversos constrangimentos como ter que sempre assinar a rogo os documentos. Os resultados mostraram que, com uma abordagem metodológica e sensível às necessidades individuais, é possível ensinar uma pessoa cega congênita há assinar a tinta, de maneira rápida e reflexiva. Concluímos que o ensino personalizado, colaborativo entre professores e estudante o resultado é alcançado em pouco tempo e a partir da nova identidade com a assinatura a pessoa cega em questão ganhou autoestima e cidadania.
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