O ensino da assinatura a tinta para cegos através de abordagens práticas das dimensões do Pensamento Computacional

Autores

Palavras-chave:

Ensino, Educação Inclusiva, Pensamento Computacional

Resumo

A acessibilidade a todo conteúdo para uma pessoa com deficiência é responsabilidade de uma sociedade inclusiva. Assim, este trabalho é um relato sobre a experiência em ensinar uma pessoa adulta cega congênita a assinar a tinta. O percurso metodológico foi um estudo de caso exploratório qualitativo, com foco em aulas particulares aplicadas um professor de música e pedagogo que era considerado em sua carteira de identidade como sendo analfabeto pelo fato de não assinar a tinta. As atividades foram estruturadas a partir da experiencia da professora em ensinar crianças cegas assinarem usando as habilidades do Pensamento Computacional desplugado com foco na abstração reflexionante de Piaget. O estudo destaca que o pensamento reflexionante contribuiu para que o professor compreendesse as letras do nome e as habilidades do Pensamento Computacional foram utilizados em atividades que levaram o professor aprender em 15 dias o que não tinha aprendido em 38 anos levando o mesmo a diversos constrangimentos como ter que sempre assinar a rogo os documentos. Os resultados mostraram que, com uma abordagem metodológica e sensível às necessidades individuais, é possível ensinar uma pessoa cega congênita há assinar a tinta, de maneira rápida e reflexiva. Concluímos que o ensino personalizado, colaborativo entre professores e estudante o resultado é alcançado em pouco tempo e a partir da nova identidade com a assinatura a pessoa cega em questão ganhou autoestima e cidadania.

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Biografia do Autor

Kelly Cristina Martins, Universidade Federal Fluminense

Doutoranda no programa de Pós- Graduação em Ciências, tecnologia e Inclusão; Mestre em Diversidade e Inclusão pela Universidade Federal Fluminense-UFF- (2019). pós graduada em Gestão, Supervisão e Inspeção Escolar pela Faculdade Metodista Granbery (2010), Formada em Pedagogia pela Universidade Salgado de Oliveira-UNIVERSO (2008). Atuou como auxiliar executiva no departamento da pessoa com Deficiência (DPT) , atuou como supervisora e orientadora educacional no SE do Estado de Minas Gerais. tem experiência como professora de Braille, tutora em cursos EAD pela Universidade Federal de Juiz de Fora, professora de cursos preparatórios para concurso. Atualmente é professora efetiva na rede municipal de ensino de Juiz de Fora MG atuando como professora na área da Educação Especial e Inclusiva e educação infantil. Faz parte do Núcleo de Educação Inclusiva Galileu Galilei.

Ruth Maria Mariani Braz, CMPDI/UFF

Doutora em Ciências e Biotecnologia pela Universidade Federal Fluminense. Especialização Lato Sensu em Educação Física Especial na Área de Deficiência Mental (Universidade Castelo Branco). Tenho a graduação em Licenciatura Plena em Educação Física pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro . Sou professor docente I - Secretária de Educação do Estado do Rio de Janeiro, atualmente leciono no Instituto de Educação Professor ismael Coutinho (IEPIC), como apoio técnico pedagógico na sala de Recursos Multifuncional. Atuo como coordenadora executiva do projeto Internacional Spreed The Sign no Brasil Desenvolvo pesquisas ligados à Educação Inclusiva, tecnologia assisitvas, confecção de materiais adaptados com o intuito de auxiliar os alunos com necessidades educacionais especiais nas classes regulares de ensino, filosofia esta que defendo e é adotada atualmente nas instituições na qual trabalho. Tenho experiência na área de Educação, com ênfase em Educação Inclusiva, atuando principalmente nos seguintes temas: formação de docentes, políticas publicas, diversidade, sensibilização, adaptação de materiais e brincar.

Graziela Ferreira Guarda, Universidade Federal Fluminense

Doutora em Ciências, Tecnologias e Inclusão pela Universidade Federal Fluminense (UFF), Mestre em Engenharia Elétrica com linha de pesquisa em Gestão de Tecnologia da Informação (GTI) pela Universidade de Brasília (UnB) e Bacharel em Ciência da Computação pelo Centro Universitário de Brasília (UniCEUB). Desenvolve pesquisas em Educação em Computação, Informática em Educação, Pensamento Computacional, STEM, Aprendizagem Criativa, Robótica Educacional e Interfaces Tangíveis de Usuário. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Programação, Eletrônica e Modelagem de Banco de Dados. Foi membro do comitê gestor da Comissão Especial de Informática na Educação (CEIE/SBC) - 2022-2023, é membro do comitê gestor da Comissão Especial em Educação em Computação (CEduComp/SBC) - 2023-2024; 2024-2025, além de editora associada da Revista Brasileira de Informática na Educação (RBIE/SBC) - 2023-2024.

Ana Isabel de Azevedo Spinola Dias, Universidade Federal Fluminense

Possuo graduação em Licenciatura em Matemática pela Universidade Federal Fluminense (1986), mestrado em Matemática Aplicada pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (1991) e doutorado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (1999). Realizei Doutorado Sanduíche na Université de Saint-Etienne, França. Atualmente sou Professor Associado IV da Universidade Federal Fluminense. De 1990 a 2006 estive lotada no Departamento de Análise (GAN) do Instituto de Matemática, e desde 2007, estou lotada no Departamento de Ciências da Natureza da UFF, em Rio das Ostras. Atuei principalmente nos seguintes temas: Novas Tecnologias no Ensino, Álgebra Linear, Teoria das Categorias, Educação Matemática e Ensino a Distância. De abril a junho de 2010 estive em Capacitação supervisionada pela Prof. Nair M.M. Abreu na área de Teoria Espectral de Grafos, na COPPE/UFRJ (Programa de Pós-Graduação em Engenharia de Produção). Participei de projetos de ensino, pesquisa e extensão na UFF, além de minhas atividades de ensino. Estive responsável pela chefia do Depto de Ciências da Natureza de agosto de 2018 a julho de 2021. De junho de 2022 a maio de 20243, desenvolvi estágio de pós doutorado sob supervisão do Prof. Sérgio Crespo Coelho da Silva Pinto, vinculado ao Programa de Pós Graduação em Ciência, Tecnologia e Inclusão (PGCTIn/UFF), com projeto de título "Aprendizagem de Matemática de estudantes cegos ou com baixa visão na perspectiva do Pensamento Computacional e da Teoria das Representações Semióticas".

Sérgio Crespo Coelho da Silva Pinto, Universidade Federal Fluminense

Professor Adjunto na Universidade Federal Fluminense UFF. Docente credenciado como membro permanente do Programa de Doutorado em Ciência, Tecnologia e Inclusão da UFF. Líder do grupo de pesquisa CNPq: TeCEADI+: Tecnologias Computacionais no ensino e aprendizagem na ótica da Diversidade, Inclusão e Inovação. Foi professor convidado no Programa de Mestrado em TICs na Universidade Tecnológica do Panamá.Possui graduação em Tecnólogo Em Processamento de Dados pela Universidade do Vale do Rio dos Sinos (1987), Mestrado em Engenharia de Sistemas e Computação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro - COPPE-Sistemas (1995) e Doutorado em Informática pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (2000). Atuou como professor Titular da Universidade do Vale do Rio dos Sinos de 1990 a 2013, - Fez parte do comitê editorial da Revista Brasileira de Informática na Educação (1414-5685) . Passou de Abril de 2013 a Novembro de 2013 como Professor Visitante no DCC-UFMG. Tem experiência na área de Ciência da Computação, com ênfase em Engenharia de Software, atuando principalmente nos seguintes temas: Diversidade e Inclusão, Educação a Distância, Informática na Educação e engenharia de software aplicada a educação

Referências

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Publicado

06-09-2025

Edição

Seção

Artigos