Uso indiscriminado de metilfenidato e lisdexanfetamina no meio universitário
DOI:
https://doi.org/10.47385/interfaces.4618.3.2024Palavras-chave:
Uso de Medicamentos Metilfenidato. Dimesilato de Lisdexanfetamina. Prescrições.Resumo
Este artigo é uma revisão de literatura que examina criticamente o uso indiscriminado de lisdexanfetamina e metilfenidato no ambiente acadêmico, destacando os riscos à saúde e as implicações éticas dessa prática. A revisão explora as evidências disponíveis sobre a eficácia e segurança dessas substâncias quando usadas fora das indicações médicas, bem como os fatores motivacionais que levam os estudantes a recorrerem a essas drogas como auxiliares no processo de aprendizado. A introdução contextualiza a pressão enfrentada pelos estudantes universitários em relação ao alto rendimento acadêmico e apresenta os nootrópicos como uma solução fácil para problemas de concentração, ansiedade e longas horas de estudo. No entanto, destaca-se que a efetividade desses agentes não está completamente determinada e que as drogas psicoestimulantes, como metilfenidato e lisdexanfetamina, utilizadas no tratamento de TDAH e narcolepsia, apresentam efeitos colaterais significativos. A revisão de literatura explora o mecanismo de ação e os efeitos colaterais do metilfenidato e da lisdexanfetamina, destacando seu impacto no sistema nervoso central. Em relação ao metilfenidato, é apresentada sua história, indicações médicas e potencial de abuso. Já a lisdexanfetamina é descrita como uma opção de tratamento para TDAH, com menor ocorrência de efeitos adversos. O uso indiscriminado dessas drogas no meio acadêmico é discutido, abordando as motivações dos estudantes para seu uso, como a busca por melhor desempenho acadêmico, dificuldades de atenção e concentração, influência social e pressão dos colegas. No entanto, ressalta-se que o uso não autorizado desses medicamentos acarreta riscos à saúde, como efeitos colaterais adversos, dependência e problemas cardiovasculares. Os efeitos colaterais desses psicoestimulantes são mencionados, incluindo os sintomas a curto prazo e os efeitos a longo prazo, destacando a dependência e os danos ao organismo. Dados de estudos são apresentados para ilustrar a prevalência do uso de metilfenidato por universitários brasileiros e a forma como esses medicamentos são adquiridos e utilizados sem prescrição médica. Em suma, o artigo busca fornecer uma visão crítica sobre o uso indiscriminado de lisdexanfetamina e metilfenidato no ambiente acadêmico, destacando os riscos à saúde dessa prática.
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