Forame oval patente e acidente vascular cerebral: causa e consequência?

Autores

  • Ana Verena Silvany Sampaio de Miranda Centro Universitário de Volta Redonda
  • Claudia Yamada Utagawa Centro Universitário de Volta Redonda

DOI:

https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v9.n26.94

Palavras-chave:

Forame oval patente, Acidente vascular cerebral, AVC criptogênico

Resumo

O forame oval patente (FOP) é um defeito embriológico cardíaco consequente da não fusão dos septum primum e septum secundum do átrio primitivo. Sua incidência é de 25% na população geral. Na literatura ele aparece associado a várias patologias, dentre elas, acidente vascular cerebral (AVC), infarto agudo do miocárdio e enxaqueca. O objetivo desse trabalho é revisar a literatura sobre os aspectos embriológicos e correlações clínicas do FOP com AVC e as possíveis explicações fisiopatológicas envolvidas nessa associação clínica. Foram utilizados artigos científicos dos bancos de dados do Pubmed, COCHRANE e Scielo entre os anos de 2008 a 2013. As palavras-chaves utilizadas foram “Patent foramen ovale” and “stroke”. Clinicamente o FOP não apresenta sintomas sendo encontrado mais frequentemente como um achado fortuito em investigação de outros problemas cardíacos ou em eventos de AVC. O FOP foi encontrado em 53% dos casos estudados de AVC criptogênico que compreende 30% a 40% de todos os eventos de AVCs. Por conta desses achados, estudos têm atribuído ao FOP uma provável causa etiológica do AVC criptogênico. Uma hipótese relacionada ao mecanismo de interação entre o FOP e o AVC é que o FOP pode atuar como um canal para a embolização paradoxal. Devido à grande prevalência do FOP na população é necessário, portanto, ficar atento aos sintomas que o paciente apresenta, pois esse defeito septal pode estar associado com o aumento do risco de AVC criptogênico.

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Publicado

10-12-2014

Como Citar

MIRANDA, Ana Verena Silvany Sampaio de; UTAGAWA, Claudia Yamada. Forame oval patente e acidente vascular cerebral: causa e consequência?. Cadernos UniFOA, Volta Redonda, v. 9, n. 26, p. 131–136, 2014. DOI: 10.47385/cadunifoa.v9.n26.94. Disponível em: https://unifoa.emnuvens.com.br/cadernos/article/view/94. Acesso em: 24 dez. 2024.

Edição

Seção

Ciências Biológicas e da Saúde

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