Corpo e sexualidade: os processos de normalização na dança
DOI:
https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v8.n1%20(Esp.).84Palavras-chave:
Dança, sexualidade, biopoder e normalização.Resumo
O presente trabalho busca como centralidade a discussão da prática da dança por meninos dentro dos processos normalizadores, apropriando-se da história da sexualidade para explicar como surgiu a concepção de que homens que dançam são gays e explicitando conceitos como biopoder e normalização. A produção desta pesquisa partiu de um Projeto da Fundação Geração Futura, o Projeto COMUNI (Comunidade Unida) onde ministrávamos aulas de dança. A experiência no projeto mencionado nos permitiu refletir sobre alguns aspectos: dança é uma modalidade voltada apenas para meninas? Por que as turmas de dança, mais precisamente a do Projeto COMUNI existe a predominância de garotas? Por que há uma evasão tão grande de meninos nas turmas de dança? Existe um processo que normatiza, regula e controla os comportamentos do homem e da mulher? Qual a origem deste processo de normatização? O intuito do trabalho é possibilitar um debate acerca da sexualidade, mais especificamente discutindo os conflitos e tensões vivenciados no cerne do projeto citado. O artigo pretende inicialmente aproximar o leitor do espaço do Projeto COMUNI, contextualizando o espaço vivenciado pelos autores do trabalho. No segundo momento, o artigo se propõe a discutir a constituição histórica do processo de regulação e controle da sexualidade, bem como o conceito de biopoder. Posteriormente, buscou-se pensar o corpo a partir da corporeidade permitindo compreender a complexa rede que constituí o processo de subjetividade, dentre eles a questão de gênero. Por fim, perspectivaremos possíveis discussões acerca do papel do profissional de Educação Física frente aos processos exclusórios que emergem dos referidos processos de normatização. É relevante ressaltar que optou-se pela pesquisa bibliográfica descritiva.
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