Influência da dismenorreia primária na vida de universitárias
DOI:
https://doi.org/10.47385/cadunifoa.v18.n51.3913Palavras-chave:
Dismenorreia, Dor, EpidemiologiaResumo
A dismenorreia primária é a queixa ginecológica mais comum entre mulheres, constituindo-se em um grave problema de saúde pública. Diante disso, este artigo tem como objetivo verificar a influência da dismenorreia primária na vida acadêmica de universitárias. Participaram desse estudo 111 universitárias, com idade entre 18 e 33 anos que responderam a um questionário on-line desenvolvido para esse estudo, contendo dados sociodemográficos, ginecológicos e obstétricos, queixas de dismenorreia, sintomas associados e a influência destes em seu cotidiano. As universitárias tinham idade média de 21,76 (±2,64) anos, sendo que 36 (32%) apresentavam dor menstrual moderada e 72 (65%) grave. De acordo com 90 (81%) participantes a dismenorreia primária interfere na sua produtividade acadêmica e/ou nas atividades propostas, sendo que 49 (44%) participantes relataram inclusive, já terem interrompido alguma atividade acadêmica devido à cólica menstrual. Diante do exposto, conclui-se que a dismenorreia primária influencia negativamente na vida dessas universitárias as quais, referiram redução do rendimento acadêmico e dificuldade de concentração nos estudos e, até mesmo, ausência nas aulas devido à dor, o que contribui para o aumento do absenteísmo discente.
Downloads
Referências
ARAÚJO, I. M.; LEITÃO, T. C.; VENTURA, P. L. Estudo comparativo da eficiência do calor e frio no tratamento da dismenorreia primária. Revista Dor, v. 11, n. 3, p. 218-221, 2010.
BALBI, C. et al. Influence of menstrual factors and dietary habits on menstrual pain in adolescence age. European Journal of Obstetrics & Gynecology and Reproductive Biology, v. 91, n. 2, p. 143-8, 2000. doi: 10.1016/S0301-2115(99)00277-8. DOI: https://doi.org/10.1016/S0301-2115(99)00277-8
BORGES, P. C. G. et al. Dismenorréia e endométrio. Femina, p. 789-795, 2007.
BOTTEGA, F. H.; FONTANA, R. T. A dor como quinto sinal vital: utilização da escala de avaliação de dor por enfermeiros de um hospital geral. Texto & Contexto Enfermagem, Florianópolis, v. 19, n. 2, p. 283-90, 2010. doi: 10.1590/S0104-07072010000200009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-07072010000200009
BRASIL. Conselho Nacional de Saúde. Resolução nº 466, 12 de dezembro de 2012. Dispõe sobre as diretrizes e normas regulamentadoras de pesquisas envolvendo seres humanos. Disponível em: <http://conselho.saude.gov.br/resolucoes/2012/Reso466.pdf.>. Acesso em: 10 out. 2021.
BREIVIK, H. et al. Assessment of pain. British Journal of Anaesthesia, v. 101, n. 1, p. 17–24, 2008. doi:10.1093/bja/aen10. DOI: https://doi.org/10.1093/bja/aen103
BRITO, S. A. et al. Prevalence of dysmenorrhea in undergraduate health courses at an institution of higher education. Journal of Nursing, v. 6, n. 6, p. 1386-94, 2012. Acesso em: 30 out.2021. doi: 10.5205/reuol.2365-18138-1-LE.0606201216.
CANÁRIO, M. B.; GILLY, D. Efeitos da terapia craniossacral e a mobilização uterina no alívio da dismenorreia primária: um estudo piloto. Revista FisiSenectus, v. 7, n. 2, p. 12-22, 2019. doi: https://doi.org/10.22298/rfs.2019.v7.n2.5050. DOI: https://doi.org/10.22298/rfs.2019.v7.n2.5050
CARVALHO, V. C. P. et al. Repercussões do transtorno disfórico pré-menstrual entre universitárias. Revista Brasileira Psiquiatria, v. 2, p. 105-11, 2009. doi: https://doi.org/10.1590/S0101-81082009000200004. DOI: https://doi.org/10.1590/S0101-81082009000200004
CARVALHO, V. C. P. et al. Prevalência da síndrome de tensão pré-Menstrual e do transtorno disfórico pré-menstrual entre estudantes universitárias. Neurobiologia. v. 73, p. 41-53, 2010.
CARVALHO, Lino. Dismenorreia primária: uma abordagem homeopática ambulatorial. 2010. Monografia (Pós-graduação lato sensu em Homeopatia) - Instituto Hahnemanniano do Brasil, Rio de Janeiro, 2010.
DIEGOLI, M. S. C.; DIEGOLI, C. A. Dismenorréia. Revista Brasileira de Medicina, São Paulo, v. 64, n. 3, p. 81-87, mar, 2007.
FERREIRA, C. H. J. Fisioterapia na Saúde da Mulher: Teoria Prática. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2011.
FONSECA, A. M.; BAGNOLI, V. R.; ARIE, W. M. Y. A Dúvida do ginecologista: prescrever ou não hormônios na mulher no climatério? Revista da Associação Médica Brasileira, v. 55, n. 5, p. 507-507, 2009. DOI: https://doi.org/10.1590/S0104-42302009000500006
FRARE, J. C.; TOMADON, A.; SILVA, J. R. Dismenorreia: Prevalência e efeito na qualidade de vida. Revista de Atenção à Saúde, v. 12, n. 39, p. 15-20, 2014.
GERZSON, L. R. et al. Fisioterapia na dismenorreia primária: revisão de literatura. Revista Dor, São Paulo, v. 15, n. 4, p. 290-295, 2014. Acesso em: 07 jul. 2020. doi: 10.5935/1806-0013.20140063. DOI: https://doi.org/10.5935/1806-0013.20140063
GIUDICE, L. C. Clinical practice. Endometriosis. New England Journal of Medicine, v. 362, n. 25, p. 2389-2398, 2010. doi: 10.1056/NEJMcp1000274 DOI: https://doi.org/10.1056/NEJMcp1000274
HAILEMESKEL, S.; DEMISSIE, A.; ASSEFA, N. Primary dysmenorrhea magnitude, associated risk factors, and its effect on academic performance: evidence from female university students in Ethiopia. International Journal of Women’s Health, v. 8, p. 489-96, 2016. doi: 10.2147/IJWH.S112768. DOI: https://doi.org/10.2147/IJWH.S112768
HETTWER, M. I. et al. Consequências da tensão pré-menstrual na vida feminina. Congresso Internacional em Saúde, v. 8, 2021.
JENSEN, M. P. et al. Comparative reliability and validity of chronic pain intensity measures. Pain, v. 83, n. 2, p. 157–162, 1999. doi: 10.1016 / s0304-3959 (99) 00101-3. DOI: https://doi.org/10.1016/S0304-3959(99)00101-3
LIRA, M. O. S. C.; CARVALHO, M. F. A. A. Dor aguda e relação de gênero: diferentes percepções em homens e mulheres. Revista Médica Sinergia. v. 14, n. 1, p. 71-81, 2013.
NIKKHAH, S. et al. Effects of boron supplementation on the severity and duration of pain in primary dysmenorrhea. Complementary Therapies in Clinical Practice. v. 21, n. 2, p. 79-83, 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.ctcp.2015.03.005
NUNES, J. M. O. et al. Prevalência de dismenorreia em universitárias e sua relação com absenteísmo escolar, exercício físico e uso de medicamentos. Revista Brasileira Promoção à Saúde, Fortaleza, jul./set., v. 26, n. 3, p. 381-386, 2013. doi: 10.5020/18061230.2013.p381. DOI: https://doi.org/10.5020/18061230.2013.p381
OLIVEIRA, R. G. C. Q. et al. TENS de alta e baixa frequência para dismenorreia primária: estudo preliminar. ConScientiae Saúde, v. 11, n. 1, p. 149-158, 2012. doi: https://doi.org/10.5585/conssaude.v11n1.2722. DOI: https://doi.org/10.5585/conssaude.v11n1.2722
PASSOS, R. B. F. et al. Prevalência de dismenorreia primária e seu impacto sobre a produtividade em mulheres brasileiras – Estudo DISAB. Revista Brasileira de Medicina, v. 65, n. 8, p.250-8, 2008.
POLDEN, M.; MANTLE, J. Fisioterapia em ginecologia e obstetrícia. São Paulo: Santos, v.2, 2000.
QUINTANA, L. M. et al. Influência do nível de atividade física na dismenorréia. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 15, n. 2, p. 101-104, jan/mar., 2010.
RODRIGUES, A. C. et al. Dismenorreia em adolescentes e jovens adultas: prevalência, factores associados e limitações na vida diária. Acta Médica Portuguesa, v. 24, n. 2, p. 383-92, 2011.
SANCTIS, V. et al. Primary Dysmenorrhea in Adolescents: Prevalence, Impact and Recent Knowledge. Pediatric Endocrinology Reviews, v.13, n.2, p. 465-473, 2015.
SANCTIS, V. et al. Dysmenorrhea in adolescents and young adults: a review in different country. Acta Biomedica Brasiliensia, v. 87, n. 3, p. 233-46, 2016.
SANTOS, G. K. A.; SILVA, N. C. O. V.; ALFIERI, F. M. Efeitos da compressa fria versus quente sobre a dor em universitárias com dismenorreia primária. Brazilian Journal of Pain, São Paulo, v. 3, n. 1, p. 28-28, 2020. doi: 10.5935/2595-0118.20200006. DOI: https://doi.org/10.5935/2595-0118.20200006
SHARMA, S.; DEUJA, S.; SAHA, C. G. Menstrual pattern among adolescent girls of Pokhara Valley: a cross sectional study. BMC Womens Health, v. 16 n. 1, p. 74 2016. doi: 10.1186/s12905-016-0354-y. DOI: https://doi.org/10.1186/s12905-016-0354-y
SILVA, B. C. P. et al. Estimulação elétrica nervosa transcutânea no tratamento da dor pélvica causada pela dismenorréia primária. ConScientiae Saúde, v. 15, n. 4, p. 650- 656, 2016. DOI: https://doi.org/10.5585/conssaude.v15n4.6877
SILVANO, T. G. O Efeito da Cinesioterapia, Eletroterapia e massoterapia em pacientes com Dismenorréia – estudo de casos. 7º Simpósio de Ensino de Graduação, 2009.
SOARES, Natália Barbosa. Recursos fisioterapêuticos utilizados para o tratamento da dismenorreia primária: revisão de literatura. 2018. Trabalho de Conclusão de Curso (Pós-graduação lato sensu em Fisioterapia em Reabilitação do Assoalho Pélvico) - Centro Universitário de Brasília, Brasília, 2018. Disponível em: <https://repositorio.uniceub.br/jspui/bitstream/235/12273/1/51500733.pdf>. Acesso em 05 de nov. 2021.
STALLBAUM, J. H. et al. Efeitos da bandagem funcional elástica sobre a dismenorreia primária em universitárias. Fisioterapia Brasil, v. 17, n. 6, 2016. doi: 10.33233/fb.v17i6.691. DOI: https://doi.org/10.33233/fb.v17i6.691
STRASBURGER, V. C. Ginecologia da adolescente. Pediatric Clinics of North America, v. 3, p. 573-80, 1989.
TERZI, R.; TERZI, H.; KALE, A. Avaliação da relação entre síndrome pré-menstrual e dismenorreia primária em mulheres com fibromialgia. Revista Brasileira de Reumatologia, São Paulo, v. 4, n. 55, p. 334-339, 2015. DOI: https://doi.org/10.1016/j.rbr.2014.12.009
URBINA, V. G.; GUTIÉRREZ, M. T.; ARCE, V. R. Dismenorrea primaria en las adolescentes. Revista Médica Sinergia, v. 11, n. 4, p. 296-310, 2019. doi: 10.31434/rms.v4i11.296. DOI: https://doi.org/10.31434/rms.v4i11.296
WIDMAIER, E.; RAFF, H.; STRANG, K. Fisiologia Humana: os mecanismos das funções corporais. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006.
ZHAO, H. et al. Prevalence and Risk Factors Associated with Primary Dysmenorrhea among Chinese Female University Students: A Cross-sectional Study. Journal of Pediatric & Adolescent Gynecology, v. 33, ed. 1, p. 15-22, 2019. doi: https://doi.org/10.1016/j.jpag.2019.09.004. DOI: https://doi.org/10.1016/j.jpag.2019.09.004
Downloads
Publicado
Como Citar
Edição
Seção
Licença
Copyright (c) 2022 Cadernos UniFOA
Este trabalho está licenciado sob uma licença Creative Commons Attribution-NonCommercial-ShareAlike 4.0 International License.
Declaração de Transferência de Direitos Autorais - Cadernos UniFOA como autor(es) do artigo abaixo intitulado, declaro(amos) que em caso de aceitação do artigo por parte da Revista Cadernos UniFOA, concordo(amos) que os direitos autorais e ele referentes se tornarão propriedade exclusiva desta revista, vedada qualquer produção, total ou parcial, em qualquer outra parte ou meio de divulgação, impressa ou eletrônica, sem que a prévia e necessária autorização seja solicitada e, se obtida, farei(emos) constar o agradecimento à Revista Cadernos UniFOA, e os créditos correspondentes. Declaro(emos) também que este artigo é original na sua forma e conteúdo, não tendo sido publicado em outro periódico, completo ou em parte, e certifico(amos) que não se encontra sob análise em qualquer outro veículo de comunicação científica.
O AUTOR desde já está ciente e de acordo que:
- A obra não poderá ser comercializada e sua contribuição não gerará ônus para a FOA/UniFOA;
- A obra será disponibilizada em formato digital no sítio eletrônico do UniFOA para pesquisas e downloads de forma gratuita;
- Todo o conteúdo é de total responsabilidade dos autores na sua forma e originalidade;
- Todas as imagens utilizadas (fotos, ilustrações, vetores e etc.) devem possuir autorização para uso;
- Que a obra não se encontra sob a análise em qualquer outro veículo de comunicação científica, caso contrário o Autor deverá justificar a submissão à Editora da FOA, que analisará o pedido, podendo ser autorizado ou não.
O AUTOR está ciente e de acordo que tem por obrigação solicitar a autorização expressa dos coautores da obra/artigo, bem como dos professores orientadores antes da submissão do mesmo, se obrigando inclusive a mencioná-los no corpo da obra, sob pena de responder exclusivamente pelos danos causados.