Futsal não é apenas para homem: um reconhecimento das especificidades da mulher na quadra

Resumo

Por que o futsal feminino não tem a mesma visibilidade e prestígio que a mesma modalidade praticada pelos homens? As características biopsicossociais dos indivíduos do sexo feminino podem influenciar nesta questão? Podemos considerar que existe alguma postura preconceituosa em relação às praticantes de futsal? Em diversas ocasiões, durante as aulas de Educação Física escolar, os jogos de futebol ou futsal mistos são promovidos com o intuito de possibilitar às meninas de jogarem com os alunos “melhores do que elas”. Neste caso, o professor, mesmo que inconscientemente, reproduz o discurso de que, na verdade, o homem nasceu para jogar futebol ou futsal, e não a mulher. O presente estudo tem como objetivo compreender as particularidades físicas, psicológicas e culturais que envolvem a participação feminina no esporte, aqui em particular o futsal. Para isso, investigamos o desporto feminino em geral, bem como as suas particularidades, além de analisarmos o comportamento e a participação feminina no futsal. A metodologia empregada será uma pesquisa bibliográfica, de cunho descritivo, desenvolvida a partir da discussão de diversos autores que já abordaram o tema em questão, dentre eles Daólio (1995), Simões (2002; 2004), entre outros. O seu objetivo é possibilitar uma maior compreensão do problema, bem como uma investigação das possibilidades de intervenção por meio de ações pedagógicas realizadas por parte do professor de Educação Física em relação à prática do futsal por mulheres. É notória a presença das relações de poder tanto no esporte em geral como também, especificamente, no futsal. A presença deste poder justifica-se principalmente pelo fato de que o campo esportivo é, na maioria das ocasiões, uma mera reprodução das relações de gênero presentes na sociedade, nas quais invariavelmente coloca o homem numa condição superior à mulher.